segunda-feira, 18 de abril de 2011

Carta de Victorien Sardou a Allan Kardec

  
Hoje, dia 18 de abril, comemoramos 154 anos do lançamento de O Livro dos Espíritos. Em  homenagem a este dia tão importante o Blog História do Espiritismo apresenta uma correspondência inédita do importante dramaturgo francês Victorien Sardou dirigida a Allan Kardec. Esta correspondência faz parte da série de correspondências inéditas de Allan Kardec que foram publicadas pela revista Reformador no início do século XX.
  
   Carta de Victorien Sardou a Allan Kardec
  

   Agradeço-vos, Sr., a presteza que empregastes em me remeter O Livro dos Espíritos.
   Eu tinha ânsia de lê-lo e deixei de lado todas as ocupações para entregar-me a essa leitura. Já cheguei quase no fim e posso desde já formular minha opinião sobre essa obra:
   É o livro mais interessante e mais instrutivo que tenho lido. É impossível que ele não tenha grande repercussão: todas as grandes questões da metafísica, de moral, ali estão elucidadas de maneira mais satisfatória: todos os grandes problemas ali são resolvidos, mesmo aqueles que os mais ilustres filósofos não resolveram: é o livro da vida, é o livro da humanidade.
   Recebei, Sr., meus cumprimentos pela maneira como classificastes e coordenastes os materiais fornecidos pelos próprios Espíritos: tudo é perfeitamente metódico, tudo se encadeia bem e vossa introdução é uma obra prima de lógica, de discussão e de exposição.
   Recebei Sr.        
                                                                                                                Victorien Sardou.

Nota do Blog: Esta correspondência foi publicada pela revista Reformador em 1914, página 321. Tradutor desconhecido.

sexta-feira, 8 de abril de 2011

Resgate histórico - Carta de Allan Kardec a um Prisioneiro



Em dezembro de 1913, a Revue Spirite (na época dirigida por Paul Leymarie) e a revista brasileira Reformador passaram a publicar em conjunto algumas correspondências inéditas de Allan Kardec.  Pensava-se em publicá-las em ordem cronológica entre os anos de 1858 a 1869, porém a publicação foi interrompida por causa da Primeira Guerra Mundial (ver Reformador de 1974, página 261). O Blog História do Espiritismo está resgatando essas correspondências e passará a apresentá-las para o movimento Espírita.

Carta de Allan Kardec a um prisioneiro
   Sr., Recebi a carta que me escrevestes e à qual sinto que as ocupações não me tenham permitido responder mais cedo. Apesar de meu silencio não podeis duvidar de todo o interesse que tenho em vossa situação, sendo, sobretudo, os excelentes sentimentos de que estais animada e nos quais, graças à nova luz que se fez para voz, não duvido que persistais. Continue, pois, a vos esclarecer, tanto quanto vossa posição o permite e encontrareis nessa santa doutrina e nos conselhos de vossos guias espirituais, as forças necessárias para resistir aos maus arrastamentos e a expiação terrestre aceita por vós com resignação cristã vos libertará das provas de outro modo muito penosas, que teríeis de sofrer sem volta sincera para Deus.
   Imaginai que nunca é muito tarde para voltar ao bem e que Deus aceita todos os arrependimentos que partem do coração. Ele recebe com alegria a ovelha desgarrada que entra no aprisco e é isso sempre motivo de festa entre os Espíritos. Perseverai, pois, e quando deixardes a Terra para entrar em vossa verdadeira pátria, encontrá-los-eis à vossa chegada felizes por vos poderem estender os braços.
   Oh! Então, de que alegria sereis penetrado, quando tiverdes saído do abismo em que alguns passos mais poderiam precipitar-vos, por muito longo tempo, por séculos talvez! Olhai para trás, e vossa vida passada não vos parecerá mais que um mau sonho. Quanto então agradecereis a Deus ter-vos enviado bons Espíritos para vos esclarecer e sustentar!
   É já alguma coisa não praticar mais o mal e arrepender-se do que se fez; mas, para apagá-lo completamente, é preciso fazer o bem; ora, cada alma que tiverdes ajudado a entrar no bom caminho, vos será contada e ajuntará à vossa parte de felicidade futura alguma coisa, porque vos pagará em reconhecimento o serviço que lhe tiverdes prestado.
   Aquele que está sempre pronto a vos ajudar com seus conselhos, Allan Kardec.

Nota do Blog: Esta correspondência foi publicada pela revista Reformador de 1914, paginas 170 e 171. Tradutor desconhecido.
Agradecimento: Nosso sincero agradicimento à bibliotecária Ana Prado, pelo envio deste material.
Outras obras consultadas: Barrera, Florentino - Resumo Analítico das obras de Allan Kardec. Madras, 2003, página 175.