quarta-feira, 10 de novembro de 2010

O que deve ser uma história do Espiritismo



                       O que deve ser a História do Espiritismo

   A propósito dessa história, sobre a qual dissemos algumas palavras, muitas pessoas nos perguntaram o que ela compreenderia e, a respeito, nos enviaram diversos relatos de manifestações. Aos que julgaram assim trazer uma pedra ao edifício, agradecemos a intenção, mas diremos que se trata de algo mais sério que um catálogo de fenômenos espíritas, encontrado em muitas obras. Devendo o Espiritismo notabilizar-se nos fastos da Humanidade, será interessante para as gerações futuras saber por que meios ele se terá estabelecido. Será, pois, a história das peripécias que tiverem assinalado os seus primeiros passos; das lutas que tiver enfrentado; dos entraves que lhe terão suscitado; de sua marcha progressiva no mundo inteiro. O verdadeiro mérito é modesto e não busca fazer-se valer. É preciso que a posteridade conheça os nomes dos pioneiros da obra, daqueles cujo devotamento e abnegação merecerão ser inscritos em seus anais; das cidades que marcharam na dianteira; dos que sofreram pela causa, a fim de que os abençoem, e dos que fizeram sofrer, para que orem, para que sejam perdoados; numa palavra, de seus verdadeiros amigos e de seus inimigos, confessos ou ocultos. A intriga e a ambição não devem usurpar o lugar que lhes não pertence, nem um reconhecimento e uma honraria que lhes não são devidos. Se há Judas, forçoso é que sejam desmascarados. Uma parte não menos interessante é a das revelações que, sucessivamente, anunciaram todas as fases dessa nova era e os acontecimentos de toda ordem, que as acompanharam.
   Aos que acharem presunçosa a tarefa, diremos que não temos outro mérito senão o de possuir, por nossa posição excepcional, documentos que não estão na posse de ninguém, e que se acham ao abrigo de quaisquer eventualidades; que, estando o Espiritismo sendo chamado a desempenhar um grande papel na História, importa que seu papel não seja desnaturado, e opor uma história autêntica às histórias apócrifas que o interesse pessoal poderia engendrar.
   Quando aparecerá? Não será tão cedo e talvez não em nossa vida, pois essa obra não se destina a satisfazer a curiosidade do momento. Se dela falamos por antecipação, é para que ninguém se equivoque quanto ao seu objetivo e deixar clara a nossa intenção. Aliás, o Espiritismo está debutando e muitas outras coisas haverão de acontecer até lá; e, depois, é preciso esperar que cada um tenha tomado o seu lugar, certo ou errado.

Allan Kardec – Revista Espírita, outubro de 1862.

4 comentários:

  1. Rafael Gasparini Moreira15 de novembro de 2010 às 17:48

    Oi Felipe. Acabei de ver o seu novo blog. Está muito bonito e, se bem lhe conheço, será um grande sucesso... Parabéns!!!

    ResponderExcluir
  2. Obrigado, Rafael! Valeu mesmo. Conto com a tua colaboração hehe

    ResponderExcluir
  3. Oi Felipe !! Que bom poder contar com mais um blog de divulgação da História do Espiritismo, principalmente composto por alguém que prima muito pela veracidade e seriedade nas pesquisas e acima de tudo amor pelo chefe e Mestre Kardec.
    Forte abraço e muitas felicidades.
    Do amigo gaúcho André Cascaes.

    ResponderExcluir
  4. Caro André,

    Obrigado pelas gentis palavras. Espero vê-lo em breve no próximo encontro do IPEAK. Receba meus abraços fraternais.

    ResponderExcluir